WhatsApp

Eu, adulta, maior de idade, não assinei meu próprio boletim!

Uma busca por equilíbrio entre o mundo online e a vida real – para resgatar presença,

silêncio e afeto em tempos de excesso digital

Querido leitor!

De alma desnuda, desabafo com você um incômodo que pulsa dentro de mim. Logo cedo decidi investigar: quanto tempo passo diante das telas? Bastaram alguns cliques em Configurações/Bem estar digital e, em segundos, me deparei com o que temia – meu boletim digital. Ai, minha Santa Luzia – protetora dos olhos! – os meus, atentos e cansados, quase não acreditaram no que viram!

Na mesma hora, tratei de buscar desculpas: trabalho em cidades diferentes, preciso do WhatsApp para me organizar, a vida é corrida, e TUDO EXIGE TELA. A verdade é quase metade do meu dia desperto é gasto entre toques, notificações e a luz fria de uma tela brilhante.

Olhando rapidamente, parece PODER dos tempos modernos – ter o mundo inteiro nas mãos!

Mas, no fundo, percebi que não se trata de liberdade, e sim, de dependência. A tela que conecta também aprisiona, e é justamente aqui que se esvai a vida que pulsa fora do digital.

Diante disso, arbítrio e controle simplesmente inexistem; conviver (e depender) de uma tela iluminada que me conecta com tanto e tantos por mais da metade do tempo diário em que fico acordada, tornaram-se submissão. No caso, escassez da vida que pulsa!

E aí me pergunto: como reduzir o tempo diário de conexão?

Não há fórmulas mágicas. O que se encontra por aí são inspirações, dicas de detox digital, ideias de resgate da nossa vida analógica; um chamado para voltarmos a caminhar devagar. Viver, conviver, observar, experimentar, exatamente como fazíamos antes.

Como apreciadora de registros e posts das bonitezas do cotidiano, confesso a você: são os movimentos reais que me alimentam de verdade.

Lembrei de um texto que escrevi há algum tempo aqui na Vida Simples: “Queremos pausas para quebrar as regras e encontrar novas (ou velhas) alternativas. Buscamos memórias e experiências que nos reconectam à essência. Eu sei, você sabe, todo mundo sabe, com a enxurrada de conteúdos, a rede mundial de computadores nos demanda ações práticas, mas o amor mora no espaço físico e real.”

Assim, atônita diante do meu boletim digital, decidi “não assinar” esse histórico de horas excessivamente gastas. Preferi assinar um pacto de cuidado, um autoajuste com bom senso e sanidade mental. Quero mais silêncios, mais presenças, mais encontros de verdade.

Como? Sendo honesta com minhas necessidades, escolhendo atividades que me aquietam a alma – uma boa leitura, ou tricô, crochê, um bordado; mexer com plantas, talvez simplesmente manter o celular guardado na bolsa quando estiver em companhia de alguém, disposta e a conversar e escutar.

Se você sentir navegando no mesmo barco, bora manter a calma, e evite buscar receitas prontas. Cada um encontrará seu próprio jeito, observando e respeitando seus valores, demandas e vontades. O que importa é que, juntos ou sozinhos, nunca deixemos de viver com PRESENÇA e AFETO.

Beijos meus!

Receba novidades